O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), descreveu momentos de tensão e forte abalo emocional vividos por sua comitiva na região de Tel Aviv, em Israel, em meio à escalada do conflito com o Irã. Em entrevista concedida na manhã desta sexta-feira (14) à Globo News, o gestor relatou que o grupo segue em abrigos de segurança, enquanto aguarda uma possível repatriação coordenada pelo governo federal.
“Isso sobrecarrega o estado emocional de todos. As pessoas reagem de maneiras diferentes, mas posso garantir que o nosso grupo está estável, confiante, embora ansioso pelo retorno”, declarou Cícero, visivelmente abalado. “Todos temos responsabilidades, missões e, principalmente, familiares que estão ainda mais aflitos do que nós aqui”, completou.
A comitiva brasileira — formada por 25 pessoas, incluindo oito prefeitos da Paraíba — está em Israel para participar do evento internacional MuniWorld 2025, voltado à inovação em gestão pública. No entanto, o compromisso foi ofuscado pelos acontecimentos recentes que transformaram o ambiente em um cenário de alerta máximo.
Segundo o prefeito, o grupo segue protocolos rigorosos de segurança, após toques de sirene e alertas de risco iminente. “Estamos aguardando novas emergências, caso venham a ocorrer, mas com essa vontade imensa de voltar para casa sem que nenhum problema mais sério atinja os participantes”, destacou.
Cícero também agradeceu o suporte de autoridades brasileiras, em especial o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que acionou o Itamaraty em busca de uma solução rápida. “Acredito que o governo federal vai proporcionar essa retirada nossa daqui o mais rápido possível”, afirmou.
A crise internacional se intensificou após um ataque aéreo de Israel atingir alvos em Teerã, capital do Irã. Em retaliação, o governo iraniano lançou mais de 100 drones contra o território israelense, ampliando a tensão no Oriente Médio e colocando delegações estrangeiras em estado de alerta.
Apesar da distância e da tensão constante, o prefeito fez um apelo por solidariedade: “Peço que orem por nós e por todos os brasileiros que ainda estão aqui. A situação é delicada, mas acreditamos que vamos conseguir voltar com segurança”.