PF conclui inquérito da “Abin paralela” e pede indiciamento de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Ramagem

A Polícia Federal concluiu o inquérito que investigou o uso clandestino da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários políticos durante o governo de Jair Bolsonaro. O relatório final, encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), pediu o indiciamento de 35 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e integrantes da atual gestão da agência

Principais acusados e suas funções

  • Jair Bolsonaro: investigado por liderar e se beneficiar do esquema de espionagem, que se baseou no uso do software espião FirstMile para rastrear celulares de autoridades e cidadãos.
  • Carlos Bolsonaro: apontado como “chefe do gabinete do ódio”, que usava informações obtidas pela Abin para atacar alvos nas redes sociais.
  • Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin, acusado de chefiar a chamada “Abin paralela” e estruturar o sistema de espionagem com o uso ilegal do FirstMile.
  • Diretores da Abin em 2025: foram indiciados por obstrução das investigações ao dificultar o acesso a documentos internos .

O que revelam as investigações

  1. Monitoração de autoridades: mais de 30 mil utilizações do sistema FirstMile visando ministros do STF (como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes), jornalistas e políticos.
  2. Ligação com o golpe de 2022: a PF encontrou indícios de que a Abin paralela agiu para alimentar narrativas golpistas, organizando operações clandestinas para atacar instituições como STF, Congresso e TSE.
  3. Uso de verba sigilosa: a PF associa a presença de US$ 172 mil na casa de um alto funcionário da Abin como um provável desvio de recursos sigilosos.
  4. Aditivo ao golpe: a investigação reforçou a conexão entre a Abin paralela e esquemas como Operação Contragolpe e a tentativa de golpe, relatando estrutura organizada com divisão de tarefas friamente executada por militares e policiais.

Próximos passos

  • A PGR avaliará o relatório e poderá oferecer denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o processo poderá se tornar ação penal contra os envolvidos .
  • Caso a denúncia seja aceita no STF, os acusados serão formalmente tornados réus e o caso seguirá para julgamento.

Impacto político e institucional

Essa é uma das mais abrangentes investigações sobre o uso de órgãos de Estado para fins partidários, com implicações diretas contra a segurança nacional e a estabilidade institucional. O indiciamento de figuras do escalão mais alto — como um ex-presidente, aliados próximos e integrantes da Abin — reforça o escopo da apuração e pode trazer consequências significativas para o tabuleiro político, a atuação da agência de inteligência e o controle do sistema espião desmontado.

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