O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino (Republicanos), ganhou nesta semana um novo impulso em sua caminhada rumo às eleições de 2026. Em entrevista ao programa Correio Debate, o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) declarou que Galdino é “bem-vindo” ao Partido dos Trabalhadores e defendeu a construção de uma frente ampla contra a extrema-direita, com o deputado estadual ocupando papel de destaque.
“O PT tem interesse institucional em conversar com Adriano, em função de algo muito maior: fazer com que o Brasil se livre da presença incômoda, xenofóbica e violenta da extrema-direita”, disse Ricardo, ao sinalizar simpatia à pré-candidatura do presidente da ALPB.
A fala representa mais que um gesto político. Marca um momento de reconfiguração dentro do campo progressista da Paraíba, colocando Galdino como potencial nome de consenso entre o PT, o Republicanos e parte da base do governo Lula no estado.
Galdino retribui: “Quero ser o governador apoiado por Lula”
A resposta de Adriano não demorou. Em entrevista à mesma emissora, nesta quinta-feira (10), ele agradeceu o apoio de Ricardo Coutinho e reforçou o alinhamento com o presidente Lula. Segundo Galdino, a parceria com o petista é “natural” e já vem sendo construída com base em pautas comuns, como a transposição do Rio São Francisco.
“Fico muito feliz com a lembrança do ex-governador Ricardo. É o reconhecimento ao nosso trabalho e à nossa defesa em relação ao presidente Lula”, declarou, citando também sua atuação em defesa de políticas sociais promovidas pelo governo federal.
Na festa de São Pedro, em Pocinhos, Galdino já havia ensaiado um mote de pré-campanha ao lado do presidente: “Adriano governador e Lula presidente”. A frase repercutiu entre lideranças petistas e simboliza a disposição do deputado estadual em assumir o protagonismo lulista na disputa pelo Palácio da Redenção.
Movimentações intensas e sinal verde de Brasília
Nos bastidores, Adriano Galdino tem feito movimentações estratégicas para garantir espaço no projeto nacional de reeleição de Lula. A reunião recente com a ministra Gleisi Hoffmann, presidente licenciada do PT, foi vista como um passo importante para pavimentar essa aliança.
Aliados avaliam que, caso Galdino mantenha o discurso de centro-esquerda, com ênfase em políticas sociais e defesa do legado do governo Lula, poderá herdar apoios tanto do campo petista quanto de lideranças independentes dentro da base governista estadual — sobretudo se João Azevêdo decidir não interferir diretamente na escolha do sucessor.
