O presidente da Câmara Municipal de Jacaraú, no Litoral Norte da Paraíba, vereador Genésio Pessoa (PSB), gerou indignação ao afirmar, durante sessão na Casa Legislativa, que uma mulher “não apanhou, mas deveria”. A fala foi proferida em referência a uma servidora da Prefeitura que, segundo o parlamentar, teria incomodado os funcionários da Câmara em ocasiões anteriores.
“A senhora que o senhor falou aqui, que foi pra Câmara Municipal… o senhor sabe quem é aquela senhora? Ela não apanhou, não, mas deveria. É uma funcionária da prefeitura que ninguém sabe onde presta serviço. Ela tá toda hora lá, o pessoal da ótica tava trabalhando e ela incomodando”, afirmou Genésio em plenário.
A declaração repercutiu negativamente e motivou reações de autoridades e lideranças femininas. A senadora paraibana Daniella Ribeiro (PSD), coordenadora do programa Antes que Aconteça, voltado à prevenção da violência contra mulheres, repudiou a fala.
“É inadmissível que um agente público, especialmente um presidente de Câmara, use seu espaço de poder para fazer uma fala violenta, machista e que naturaliza a agressão contra mulheres. Esse tipo de discurso reforça a misoginia e incentiva o ódio. Precisamos denunciar e combater essa cultura”, afirmou Daniella.
Apesar de ter tentado justificar a fala alegando que a servidora estaria supostamente desacatando trabalhadores, o vereador admitiu o erro, mas insistiu na crítica à mulher:
“Eu peço desculpa pelo que falei, mas que se respeite aquela casa. Quem for pra lá que vá reivindicar, cobrar os seus direitos, mas com respeito”.
A repercussão do caso acende um alerta sobre o papel de figuras públicas na manutenção de uma cultura de violência de gênero. Entidades da sociedade civil e movimentos de mulheres também se manifestaram nas redes, pedindo responsabilização do parlamentar.
