O presidente estadual do PL na Paraíba, Marcelo Queiroga, surpreendeu o cenário político nesta segunda-feira (7) ao declarar publicamente que pode abrir mão da própria pré-candidatura ao Governo do Estado para viabilizar a entrada do senador Efraim Filho (União Brasil) no palanque bolsonarista de 2026. A fala foi feita durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, em João Pessoa.
“Essa decisão está nas mãos do senador. Se ele decidir vir, será muito bem-vindo. Se não for possível, o PL terá candidatura própria”, afirmou Queiroga, sinalizando que o projeto político está acima de ambições pessoais.
A declaração escancara uma estratégia clara do partido: atrair nomes fortes e ampliar a densidade eleitoral da oposição ao governo Lula na Paraíba, mirando diretamente na reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro.
PL traça estratégia para 2026 com foco total em Bolsonaro
Para Queiroga, a prioridade do PL é inequívoca: reeleger Bolsonaro à Presidência da República. Segundo ele, toda a articulação feita no estado, incluindo a formação da chapa majoritária, deve servir a esse objetivo nacional.
“Nosso plano A é eleger Bolsonaro. O plano B é eleger o maior número de deputados federais e estaduais. A construção do palanque segue essa lógica”, declarou o ex-ministro da Saúde.
O dirigente ainda destacou o avanço nas conversas com Efraim Filho, ressaltando o alinhamento ideológico e a trajetória do senador, que se notabilizou pela firme oposição ao PT. Ele também citou o pai do parlamentar, o ex-senador Efraim Morais, como parte de um histórico político que se opõe ao campo lulista.
“Efraim tem um discurso afinado com o nosso. Ele é o favorito da oposição. Se decidir vir para o PL, as portas estão escancaradas”, reforçou.
Cenário pode mudar com nova composição
Atualmente, o PL trabalha com os nomes de Marcelo Queiroga ao Governo do Estado, e de Cabo Gilberto Silva (PL) e Pastor Sérgio Queiroz (Novo) ao Senado. No entanto, a possível entrada de Efraim muda o jogo: a chapa ganharia musculatura política e competitividade, com chances reais de polarizar com qualquer candidato apoiado pela base do governador João Azevêdo (PSB).
Nos bastidores, analistas avaliam que o recuo de Queiroga seria uma jogada inteligente para consolidar uma aliança robusta da direita no estado, agregando experiência, votos e projeção nacional. O gesto de desprendimento político também fortalece sua imagem como articulador e estrategista dentro do bolsonarismo paraibano.