O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve se reunir nesta quarta-feira (9) com o deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados, em uma tentativa de acelerar a tramitação do projeto que prevê anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
O encontro, segundo a apuração da CNN, não consta na agenda oficial e ainda não teve o local divulgado. A articulação acontece em um momento em que o requerimento de urgência para votação do projeto soma 233 assinaturas — sendo necessário um mínimo de 257 para ser aprovado e avançar no plenário.
Na véspera, Bolsonaro teria ligado pessoalmente para Hugo Motta, demonstrando preocupação com o ritmo do projeto e buscando entender os entraves que têm travado o avanço da proposta na Câmara. Segundo aliados, o presidente da Casa ponderou a necessidade de diálogo com o Senado, o Executivo e o Supremo Tribunal Federal (STF) para construir um texto viável que não encontre resistência jurídica ou institucional.
Paraíba no centro do debate político nacional
A movimentação de Hugo Motta reforça o protagonismo de parlamentares paraibanos no cenário político nacional. Mesmo em meio à polarização em torno do tema, o deputado tem buscado equilibrar as pressões da oposição e os compromissos institucionais do cargo que assumiu recentemente, após a licença do titular Arthur Lira (PP-AL).
A proposta de anistia é defendida por parlamentares bolsonaristas, que alegam perseguição política e prisão injusta de manifestantes. Por outro lado, setores do governo e da sociedade civil veem a medida como uma tentativa de enfraquecer as investigações e punições contra os responsáveis por atos que atentaram contra os Três Poderes da República.
Repercussão e clima político
A possível aprovação da urgência do projeto ainda nesta semana pode reacender a tensão política entre os Poderes. A movimentação também reacende o debate sobre os limites da liberdade de manifestação e a responsabilização por ataques à democracia.