Apesar do discurso de valorização local, parte significativa do secretariado de Campina Grande não reside no município. Levantamento com base em informações públicas aponta que, entre os principais nomes da atual gestão, muitos vivem fora da cidade — especialmente na capital João Pessoa — ou têm origem política em outros municípios da Paraíba.
O secretário de Esportes, Ronaldo Cunha Lima Neto, por exemplo, é natural e residente em João Pessoa. A mesma situação se repete com Kleyber Nóbrega, da Agricultura, e Gustavo Braga, responsável pela pasta de Finanças. Este último, segundo informações extraoficiais, faria o trajeto diário entre as duas cidades para cumprir suas funções.
O secretário de Ciência e Tecnologia, conhecido como Tejo, também reside em João Pessoa e, conforme apuração, vai a Campina Grande três vezes por semana. Já o atual secretário da SESUMA, Dorgival Vilar, é natural de Taperoá e também mora na capital.
Além disso, outros nomes da equipe de governo têm trajetória política construída em municípios vizinhos. É o caso de Fábio Ramalho (Chefe de Gabinete), ex-prefeito de Lagoa Seca; André Gomes (Cultura), ex-prefeito de Boa Vista; e Jonas de Souza (Gabinete), ex-prefeito de Montadas.
Outro ponto que chama atenção é a contratação da empresa responsável pela realização do “Maior São João do Mundo”, um dos maiores eventos culturais do país. A organização está sob a responsabilidade de uma produtora cearense, gerando repercussões sobre a valorização de empresas e profissionais locais.
As informações têm gerado repercussão nas redes sociais e motivado críticas de moradores e lideranças locais, que questionam o grau de comprometimento da equipe com a realidade do município. Embora a legislação não exija residência na cidade para ocupação de cargos comissionados, o tema reacende o debate sobre representatividade, presença e envolvimento direto com os desafios cotidianos de Campina Grande.
A Prefeitura não se manifestou oficialmente sobre o assunto até o fechamento desta matéria.
