Enquanto a crise na Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande se agrava com denúncias de salários atrasados e fornecedores sem pagamento, a Prefeitura firmou um contrato milionário com a empresa de consultoria Falconi, uma das maiores do setor no país. A contratação, feita por inexigibilidade de licitação, foi publicada no Semanário Oficial desta terça-feira (22) e tem valor de R$ 2,2 milhões, com vigência de um ano.
Segundo o ato, o serviço prestado será de consultoria e assessoramento técnico à pasta da Saúde, e o contrato foi assinado pelo secretário de Administração, Diogo Lyra, e pelo CEO da empresa, Alexandre Ribas. A Falconi tem sede em São Paulo e filiais em cidades como Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e até em Chicago (EUA), e atua em áreas como estratégia, excelência operacional, finanças, cultura organizacional e ciência de dados.
A contratação, porém, chama atenção diante do momento delicado vivido pela Saúde de Campina Grande. A pasta, comandada pelo secretário Carlos Dunga Júnior, vem sendo alvo de duras críticas por conta da instabilidade financeira e da falta de resolutividade nos serviços. A situação chegou a tal ponto que o gestor foi convocado pela Câmara Municipal para prestar esclarecimentos formais sobre os problemas enfrentados.
Internamente, até aliados têm cobrado mudanças e soluções mais efetivas para a crise — que, agora, ganha um novo ingrediente: a entrada de uma consultoria de peso, com custo elevado, em meio a um cenário de colapso.
A pergunta que fica é: consultoria milionária resolve o drama da saúde pública ou apenas adia a cobrança por respostas concretas?