A posse de Pedro Cunha Lima na presidência estadual do PSD, marcada para o próximo dia 28 em João Pessoa, não será apenas uma formalidade partidária. Nos bastidores, o movimento é visto como peça-chave para a reorganização da oposição na Paraíba, mirando as eleições de 2026.
Em entrevista ao programa Hora H, da TV Norte Paraíba, nesta segunda-feira (7), o ex-deputado federal colocou o bloco na rua ao declarar apoio ao senador Efraim Filho (União Brasil) na disputa pelo comando da futura federação entre o União e o Progressistas. A liderança da federação está em aberto e deve ser definida por pesquisa — proposta que Pedro considera “justa” e “sensata”.
“Tenho muita confiança na liderança do senador Efraim. Acredito que ele assumirá essa liderança se a federação de fato acontecer”, disse Cunha Lima, em tom de alinhamento estratégico.
A federação, caso confirmada, terá desdobramentos diretos na sucessão estadual. Enquanto o Progressistas, aliado do governador João Azevêdo (PSB), projeta Lucas Ribeiro como candidato ao Palácio da Redenção, o União Brasil atua como força de oposição, com Efraim cotado para disputar o governo. Pedro, agora no comando do PSD, entra como uma terceira força nesse xadrez — com potencial para unir setores hoje dispersos da oposição.
Senado no radar e dobradinha com Veneziano
Pedro Cunha Lima também deixou claro que está no jogo para 2026. Ainda que deseje disputar o Governo da Paraíba, ele admitiu que uma candidatura ao Senado está no horizonte — e com aliança já sinalizada.
“Tenho um compromisso com o senador Veneziano, e uma eventual candidatura ao Senado seria em dobradinha com ele”, afirmou.
O gesto a Veneziano, do MDB, revela uma articulação mais ampla que extrapola a lógica partidária. Pedro já tem aval e alinhamento com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e aposta numa frente ampliada para consolidar seu projeto político.
Portas abertas e recado à oposição
Sobre a possibilidade de filiação de Efraim ao PSD, Pedro desconversou, mas deixou claro que os aliados têm lugar garantido no partido: “Não houve conversa nesse sentido, mas todos os aliados do nosso campo são bem-vindos”.
Por fim, Pedro fez um alerta à oposição: a pulverização de candidaturas no primeiro turno não é um problema — desde que haja alinhamento no segundo. E deixou uma crítica indireta ao comportamento de Nilvan Ferreira em 2022: “O que não pode acontecer é repetir o que vimos, com um candidato de oposição que, no segundo turno, acabou apoiando o grupo adversário”.