Amanda Rodrigues (PT), esposa do ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho, foi nomeada para o cargo de Secretária Especial de Acompanhamento Governamental da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. A nomeação, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra Gleisi Hoffmann, foi publicada no Diário Oficial da União no dia 31 de março.
A nomeação acontece em um momento delicado para Ricardo Coutinho, que continua enfrentando processos oriundos da Operação Calvário, um dos maiores escândalos de corrupção da Paraíba. Na semana passada, o juiz Adilson Fabrício, da 2ª Vara Criminal de João Pessoa, encaminhou um dos processos envolvendo o ex-governador ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), seguindo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o foro especial deve ser mantido para crimes funcionais, mesmo após o fim do mandato.
A ação penal investiga suspeitas de fraudes em licitações na compra de sementes pela Secretaria de Agropecuária e da Pesca, com um prejuízo estimado em R$ 7,6 milhões aos cofres públicos. Segundo o Ministério Público da Paraíba, os crimes teriam ocorrido durante os mandatos de Ricardo Coutinho entre 2011 e 2018. Além deste caso, outros processos ligados à Operação Calvário seguem tramitando na Justiça Eleitoral e podem ser analisados pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) antes de também serem remetidos ao STJ.
A chegada de Amanda Rodrigues a um cargo estratégico no governo Lula levanta questionamentos sobre os critérios de nomeação dentro da gestão petista. Enquanto o ex-governador enfrenta novos desdobramentos na Justiça, sua esposa assume um posto de articulação política em Brasília, reacendendo debates sobre ética e alianças políticas.