O Instituto São José, entidade mantenedora do Hospital Padre Zé, tem o prazo de cinco dias, a partir desta segunda-feira (14), para apresentar um relatório completo sobre a atual situação financeira da unidade e detalhar todas as ações já adotadas pela nova diretoria desde que assumiu a gestão do hospital.
A decisão foi tomada durante uma reunião convocada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), que contou com representantes do hospital, do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), das secretarias de Saúde do Estado e do município de João Pessoa, além do próprio MPPB.
A documentação será compartilhada com todos os órgãos envolvidos e servirá de base para um novo encontro, a ser realizado no TCE-PB. A expectativa é que, a partir desse diálogo, seja possível estabelecer um vínculo jurídico mais sólido entre o hospital e os entes públicos que eventualmente destinem recursos à instituição.
“O Hospital Padre Zé não pode ficar sob ameaça de fechamento ao término de cada vínculo contratual”, alertou o promotor Alexandre Nóbrega, responsável pelas fundações no MPPB.
O pedido de reunião partiu do próprio Instituto São José, que na semana passada divulgou nota afirmando que, sem a continuidade dos repasses públicos, o hospital corre sério risco de encerrar suas atividades. Segundo a atual gestão, a unidade já acumula uma dívida superior a R$ 1 milhão somente em 2024.
De acordo com o padre George Batista, membro da nova direção, o hospital enfrenta restrições no recebimento de auxílios fundamentais para seu funcionamento. “Precisamos destravar aquilo que é imprescindível para manter o hospital em funcionamento”, afirmou.
O Hospital Padre Zé passa por uma crise desde setembro de 2023, quando vieram à tona denúncias de um esquema de corrupção liderado pelo então diretor, padre Egídio de Carvalho. Investigações apontam que recursos públicos destinados à unidade estavam sendo sistematicamente desviados. O ex-diretor está preso preventivamente e responde a pelo menos três ações judiciais.