Com os olhos já mirando o tabuleiro de 2026, o vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro (PP), tratou de afastar qualquer ruído sobre uma possível disputa interna com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, dentro do Progressistas. Durante entrevista nesta sexta-feira (11), Lucas adotou um tom conciliador e classificou como “natural e saudável” o movimento de Cícero no xadrez político estadual.
A fala do vice-governador soa como um gesto de maturidade política — e também de estratégia. O Progressistas, que tenta se consolidar como uma das principais forças na Paraíba, sabe que uma disputa pública entre duas de suas maiores lideranças poderia rachar o partido e enfraquecer o projeto de protagonismo nas eleições de 2026.
Lucas ressaltou que tem mantido diálogo constante com o prefeito da capital. “Não faz um tom de disputa. Eu acho que a gente tem dialogado bastante, estamos sentando à mesa para fazer essas instruções, então não há nenhum tipo de constrangimento, pelo contrário”, disse ele, em tom pacificador.
A declaração tem duplo efeito: sinaliza unidade interna e, ao mesmo tempo, posiciona Lucas como uma figura moderada, com discurso de construção coletiva — algo valioso para quem pode vir a ser candidato ao Governo do Estado. Cícero, por sua vez, já tem capital político suficiente para figurar no debate, especialmente por governar a cidade mais populosa da Paraíba e ter boa relação com o eleitorado da capital.
A movimentação de ambos reflete uma disputa silenciosa por espaço, mas com sinalizações públicas de harmonia. A leitura nos bastidores é de que o Progressistas tenta evitar o erro de outros partidos que chegaram enfraquecidos às urnas por conta de divisões internas.
O jogo de 2026 está longe de começar oficialmente, mas as peças estão sendo posicionadas com cuidado. Lucas e Cícero, ao que tudo indica, não querem jogar um contra o outro — pelo menos não ainda. Para o Progressistas, manter a coesão interna será essencial se quiser chegar forte à linha de largada. E, pelo tom adotado até aqui, a legenda aposta mais no xadrez do diálogo do que na briga de foice.
