Menos de um mês após cobrar publicamente uma dívida milionária e afirmar ter perdido a paciência com a gestão municipal, o empresário Dalton Gadelha, responsável pelo Hospital HELP, agora posa para fotos ao lado do prefeito Bruno Cunha Lima, selando um suposto acordo de continuidade dos atendimentos pelo SUS. Mas será que a crise realmente chegou ao fim ou o recuo esconde um jogo de bastidores?
O cerne da polêmica gira em torno dos R$ 33 milhões que o HELP afirma ter a receber da Prefeitura de Campina Grande. Em entrevista recente, Gadelha chegou a criticar duramente a falta de diálogo da gestão municipal e levou o caso à Justiça para tentar garantir o pagamento da dívida. A prefeitura, por sua vez, contestou o valor, alegando que já teria repassado R$ 44 milhões ao hospital, restando apenas R$ 700 mil pendentes.
Agora, com um tom completamente diferente, o encontro entre as partes nesta terça-feira (1º) foi descrito como um momento de resolução definitiva dos impasses, garantindo a continuidade dos serviços de saúde. Mas o que mudou tão repentinamente? A dívida foi paga? O processo judicial foi retirado? Quais foram as concessões feitas para que Gadelha mudasse seu posicionamento?
A mudança de discurso levanta dúvidas sobre os reais termos desse acordo e se ele representa, de fato, um alívio duradouro para a crise entre a prefeitura e o hospital ou apenas uma solução temporária para um problema que pode voltar a estourar nos próximos meses. Afinal, a pressão pública e a judicialização do caso foram ignoradas até aqui – e agora, de repente, tudo se resolve sem que os detalhes venham a público.
Se a “paz” anunciada nesta terça-feira será definitiva ou apenas um intervalo tático, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: a transparência sobre os recursos públicos envolvidos nessa negociação ainda precisa ser cobrada.