Senado deve analisar ampliação para 531 deputados; Efraim Filho defende medida para evitar perdas políticas e financeiras ao estado
A proposta que amplia de 513 para 531 o número de deputados federais no Brasil segue agora para análise do Senado após ser aprovada na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (6). Relatada pelo paraibano Damião Feliciano (União Brasil), a matéria visa atualizar a distribuição das cadeiras por estado conforme o Censo Demográfico de 2022, atendendo a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para a Paraíba, o projeto representa mais do que uma reorganização legislativa: é uma tentativa de evitar a perda de duas cadeiras na Câmara dos Deputados a partir de 2027. “Perder vagas significa perder espaços políticos e investimentos”, alertou o senador Efraim Filho (União Brasil), líder da bancada do partido no Senado, em entrevista à Folha de S. Paulo. Ele disse que levará o tema para debate dentro da legenda, sinalizando apoio à proposta.
A medida prevê impacto de aproximadamente R$ 64,6 milhões anuais aos cofres públicos, segundo estimativa da Direção-Geral da Câmara. Mesmo com o custo, a proposta obteve 270 votos favoráveis contra 207 contrários na Câmara, evidenciando o peso político da atualização do número de deputados por estado.
Bancada paraibana praticamente unânime
Dos 12 deputados federais paraibanos, 11 votaram a favor da ampliação. O único voto contrário foi do deputado Cabo Gilberto Silva (PL), que mantém linha ideológica crítica a qualquer aumento de gastos públicos.
Votaram a favor da proposta os deputados:
- Hugo Motta (Republicanos)
- Aguinaldo Ribeiro (PP)
- Mersinho Lucena (PP)
- Romero Rodrigues (Podemos)
- Murilo Galdino (Republicanos)
- Wellington Roberto (PL)
- Ruy Carneiro (Podemos)
- Wilson Santiago (Republicanos)
- Gervásio Maia (PSB)
- Damião Feliciano (União Brasil)
- Luiz Couto (PT)
O texto aprovado é um substitutivo ao PLP 177/23, de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ). Ele garante que estados que perderiam cadeiras, como a Paraíba, mantenham suas bancadas atuais, enquanto outros com crescimento populacional ganham representantes.
Com o avanço da proposta, o Senado se torna o novo palco da disputa, onde a pressão das bancadas estaduais promete ser intensa. Para a Paraíba, o debate vai além da matemática: envolve a preservação de influência política, repasses de emendas e visibilidade nacional.